terça-feira, 13 de maio de 2008

Os Imortais (2ºparte)








Deixou de ser a cristandade a vender a imortalidade, passou a ser o capitalismo. A maior diferença entre a maioria dos religiosos e a maioria dos ateus, é que os religiosos acreditam que podem ser imortais num outro mundo, e os ateus neste. As catedrais passaram a ser os centros comerciais; se algum problema existe, lá deve existir a resposta. E, assim, a imortalidade é algo natural no ocidente.

A morte, que antes pertencia àqueles abandonados por Deus por irem contra ele, pertence àqueles que não seguem o modo de vida ocidental, a eles é algo natural, tão natural que as mortes nesses países nem são notícia no ocidente; só a morte de um imortal é que é notícia. Quando ouvimos notícia de mortes do mundo não-ocidental, não é a morte deles que é a notícia, mas sim quantos mortos ocorreram.

Voltando ao nosso texto inicial. Podemos melhor saber o porquê de ele se achar imortal, mas isto não responde ao porquê de ele ter gasto os seus dias a comprar a caixa. Ele acreditando ser imortal, podia ter gasto os dias em outras coisas, no entanto não o fez.

Porquê?

O que leva a sociedade a gastar os seus anos de vida a pagar objectos?

Recuemos de novo ao tempo da expansão do cristianismo pelo mundo. O mundo era dividido essencialmente entre os civilizados e os bárbaros, sendo os civilizados os Europeus e os bárbaros todos os outros.

E porque os europeus se auto-intitulavam civilizados?

Tínhamos uma sociedade que escravizava, que passava boa parte do seu tempo em guerras, que tinha as ruas infestadas por doenças, onde liberdade era limitada e a população na sua maioria vivia na miséria. Nos bárbaros, em muitos tínhamos uma população com exactamente as mesmas características, mas com menos doenças e menos guerras, sendo muitas relativamente pacificas e onde a fome não existia. Mas entre os dois grupos existia uma diferença essencial: Nós tínhamos cidades, muitas delas, construídas com tecnologia que a maioria desses povos bárbaros não tinha. Cidades onde edifícios e estátuas imponentes, para a época, imprimiam no cidadão um sentimento de grandeza. Perante tal nos intitulávamos superiores. Não pelo que éramos, mas pelo que tínhamos. A cultura dos bárbaros pouco ou nada interessava, se eles não tinham o que nós tínhamos, a nós pertencia o título de civilizados. E quanto mais tínhamos mais superiores éramos. E a forma de comparação entre nações, passou a ser a forma de comparação entre indivíduos. Em vez de estátuas e edifícios passaram a ser objectos.

Isso não mudou. Hoje temos uma sociedade onde compete quem tem mais. A felicidade do indivíduo é algo a ser sacrificado em nome de um maior salário. O Indivíduo passou a ser escravo, e orgulha-se nisso. Para o ocidental, mais vale ser escravo e ter muito, do que livre e nada ter. A sua dedicação ao acto de ter sacrificou a formação da família. Antes um casal formava-se para poderem ter filhos, hoje um casal forma-se para pagar a casa, sendo que o que fica para a eventual criança é o resto do que sobrar do pagamento da prestação da casa e do carro. Onde antes matava-se o cavalo para dar de comida ao filho, hoje não se têm o filho para garantir que não falta comida ao cavalo.

E assim a caixa foi comprada pelo indivíduo, ele perdeu a sua vida a pagar algo que acreditava que ia ter no fim, mas no fim quem ficou com algo foi a caixa. A caixa ficou com a vida dele, a caixa não lhe dedicou nada e ele dedicou tudo à caixa. Ele nada dedicou a ele próprio.

Os Imortais (1ºparte)







Imaginem que têm 5 dias de vida.

Saberiam da notícia na segunda-feira de manhã, e morreriam na sexta-feira no fim da noite. Na terça-feira vos era colocada uma proposta. Um vendedor iria aproximar-se e mostraria uma caixa, uma caixa enorme. Podiam lá colocar dentro o que quisessem e quando quisessem, mas tinha um pequeno defeito, esta caixa não podia ser transportada, estava presa, imóvel. Esta caixa depois de comprada seria só vossa, e tinha uma enorme vantagem, valeria o dobro na sexta-feira de manhã.

Para pagar esta caixa seriam necessários quatro dias de trabalho, teriam então de entregar o dinheiro ganho na segunda-feira, pois sexta-feira seria o último dia. Então, perante tal negócio, e como o vendedor tem de ser pago de imediato, entregam o dinheiro de segunda-feira, e fazem um empréstimo para pagar os restantes 3 dias. O vendedor é pago e nunca mais é visto. Então até sexta, vão trabalhar 8 horas, excepto na quinta, pois na quinta os juros do empréstimo aumentam e nesse dia irão trabalham 9 horas. Mas na sexta a caixa será totalmente vossa, e valerá o dobro que valia quando compraram.

O primeiro pensamento que de quem lê este texto provavelmente será ” quem passaria os últimos 5 dias a pagar uma caixa?”, e de facto seria estranho. O impulso inicial seria de aproveitar o máximo do tempo que nos restaria em algo que proporcionasse prazer imediato. Mas quem comprou a caixa o fez por uma simples razão, ele não creditava que ia morrer na sexta-feira.

Conscientemente ele sabia que destino lhe estava reservado, mas inconscientemente acreditava que ia viver para além de sexta.

A falta de uma consciência da nossa própria mortalidade a longo prazo, faz que percamos visão sobre a realidade, levando-nos a fazer planos além da nossa existência.

Essa crença de uma existência prolongada não lhe é individual, não é algo que lhe pertença exclusivamente, nem foi ele o criador ou o causador dela. Ele, que pode ser qualquer um dos que estão a ler, nasceu e viveu ocidente, onde as sociedades de consumo predominam, onde uma das suas maiores características é fazer-nos acreditar que somos imunes, que não morremos; viveremos.

Esta ilusão é vendida a cada canto. A medicina ocidental a cada esquina promete mais e mais anos de vida, a não vida passou a ser uma aberração a evitar, e como tal evitamos. Vendemos a nossa vida para comprar medicamentos que custam um mês de trabalho para ganharmos mais uma semana de vida, mas queremos acreditar que estamos a ganhar anos.

Mas na ilusão sempre acreditámos nós, já deste do tempo do inicio da formação da religião. Não é imortalidade a maior venda de qualquer religião?

Que fizemos nós no início da nossa crença na imortalidade além mundo?

Espalhámos pelo mundo a nossa religião, e considerámos errados todos aqueles que não a seguiam. Acreditávamos estar correctos, e a fazer o correcto para os povos não-cristãos.

Os ocidentais ao espalharem a religião pelo mundo, não estavam se não a espalhar o seu modo de vida.

Todos tinham de se submeter, só assim poderiam ser imortais na outra vida, e civilizados nesta. Se os não-ocidentais negassem a religião ocidental, tornavam-se inimigos, pois, para o ocidental, significava que estavam contra a sua imortalidade.

E hoje? Hoje os ocidentais espalham o seu modo de vida, todos tem de se submeter, caso contrário são rotulados de inimigos, pois estão contra o modo de vida ocidental. Não fizemos mais do que substituir o Vaticano pelos Estados Unidos da América.

terça-feira, 25 de março de 2008

O Poder dos Bancos


Um banco pode definir-se, de uma forma mais tradicional e bastante redutora, como sendo uma instituição financeira que tem como principais funções aceitar depósitos e remunerá-los (pagando ao titular do dinheiro uma taxa de juro), bem como conceder empréstimos. No entanto, actualmente é mais correcto dizer-se que um banco consiste numa máquina de fazer dinheiro para benefício de alguns privilegiados, às custas da maioria da população que trabalha uma vida inteira com o objectivo de poupar algum e para tentar ter uma vida melhor.

O ano de 2007 foi marcado ao nível do sector financeiro, pela crise do crédito hipotecário nos EUA, que como era de esperar afectou a economia mundial, particularmente o sector bancário. Mas em Portugal, este próspero país no qual existe tanto dinheiro, os cinco bancos que dominam o mercado (CGD, BCP, BES, Santander Totta e BPI) atingiram em conjunto um lucro de 2668,2 milhões de euros; e isto apesar de este ano o BCP ter registado uma queda acentuada no seu Resultado Líquido em consequência dos elevados custos da OPA sobre o BPI que acabou por não se concretizar, e da instabilidade interna que tem atravessado. O BES, o banco português com melhores resultados no ano de 2007 viu o seu lucro aumentado em 44% em relação ao ano anterior, atingindo assim os 607 milhões de euros!!

Eu estava a ser irónica quando falei num país próspero com muito dinheiro, mas pelos vistos esse dinheiro existe, deve é estar muito mal distribuído.

Como são estes números astronómicos (nem consigo imaginar quanto serão ao certo 2668,2 milhões de euros) possíveis num país onde há anos se ouve falar em crise, onde as poupanças dos portugueses diminuem de ano para ano e a economia pouco ou nada cresce. Mas como conseguem os bancos a proeza de a cada ano aumentarem os seus lucros? É simples, está cientificamente provado e tem um nome simples: tudo é alcançado através do Efeito Sanguessuga, também conhecido como “chulice”. Isto no fundo consiste em conceder juros baixíssimos pelos depósitos, num aumento exponencial dos juros cobrados pelos empréstimos, em campanhas agressivas para a concessão de empréstimos (já concedem empréstimos para tudo e mais alguma coisa, e como a vida está difícil e os portugueses pouco ou nada conseguem poupar lá têm de pedir empréstimos se querem comprar algo que fuja ao que é normal no seu orçamento), e não esqueçamos, pois estas constituem uma importante fonte de receita para os bancos, as taxas e comissões que nos cobram por qualquer movimento que façamos.

E como se não bastasse já as comissões disto e daquilo, e as taxas de não sei mais do quê que nos cobram ou roubam, querem além disso implementar (e ainda por cima com o aval da U.E.) uma taxa para cada levantamento efectuado no Multibanco. É preciso descaramento! Então eu trabalho um mês inteiro para receber o meu bem merecido ordenado, e cada vez que eu quiser usufruir desse dinheiro que é MEU através do Multibanco vou ter de pagar. Mas pagar o quê? Se me estivessem a emprestar dinheiro tudo bem, mas não, o dinheiro é meu e apenas está depositado numa conta em vez de estar guardado debaixo do colchão; porque não é com certeza pelo que o dinheiro rende que as pessoas deixam o dinheiro no banco! Ainda por cima se tivermos em consideração que os bancos pouparam milhões com a invenção do Multibanco visto que esta se traduziu num grande diminuição de pessoal para atendimento ao balcão, ainda é mais ridículo.

Até há quem diga que esta medida até pode vir a prejudicar os bancos, uma vez que as pessoas podem simplesmente voltar a entupir os balcões o que os pode obrigar a admitir mais pessoas. Mas digam-me lá quem é que tem possibilidades de ir ao banco quando a maioria dos balcões estão abertos das 08h00 às 15h00? A essa hora a maioria das pessoas ou está a caminho do trabalho ou então está mesmo a trabalhar.

Como se tudo isto já não bastasse verifica-se que este é o sector bancários é dos que menos impostos pagam sobre os lucros obtidos. Os bancos pagam uma taxa efectiva de IRC sobre os lucros que ronda os 18%, enquanto que o sector têxtil (que está claramente em crise e no qual existem cada vez mais empresas a declarar falência e a despedir pessoal) paga uma taxa de 22%. Qual é a lógica disto? Não deveriam os que têm mais dinheiro e maiores lucros pagar mais do que os outros?

Com tudo isto é natural que os lucros cheguem àqueles valores astronómicos. Não há nada contra os bancos e as empresas em geral tenham lucro, até porque de outra forma não valeria a pena existirem mas os bancos abusam. E o pior é que são sempre os mesmos a pagar. E no fundo andamos a trabalhar para contribuir para o enriquecimento de uns poucos. Esta situação não é nada justa.

O que também não é justo e incorrecto é o facto de os bancos quando se enganam e tiram dinheiro das contas das pessoas demorarem o tempo que eles bem entenderem a repo-lo no seu devido lugar. Entretanto, fazem deste o que lhes apetecer sem que o seu titular tenha qualquer contra partida pelo uso indevido do seu dinheiro. Ora se por acaso roubarmos uma carteira a alguém e usarmos o dinheiro que esta contem, mesmo que depois o cheguemos a devolver, constitui um crime de furto logo sujeita-mo-nos às leis vigentes. Os bancos por seu lado, não têm este tipo de preocupação. Imaginemos que estes resolvem retirar 1€ a 10000 contas seleccionadas aleatoriamente, o que equivale em termos monetários a 10000€; podem utilizar este dinheiro como investimento e daí obter lucros. Uma semana mais tarde devolvem o dinheiro aos clientes desculpando-se com um erro no sistema informático.

Enfim, da forma como o mundo está já não custa acreditar em esquemas deste tipo.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Comunicado!














A criação do blog foi assente em vários princípios fundamentais, entre os quais: o blog é livre de censura e as únicas pessoas que podem chular no blog somos NÓS!

Aqui está a explicação para o facto de um comentário ter sido apagado! Não é permitida qualquer tipo de publicidade, e muito menos em inglês! Para tal, os interessados devem contactar os chulos de forma a negociar os termos: 1000€ por cada post publicitário e 500€ se a publicidade for feita noutra língua que não o português!

Ass. : os Chulos

domingo, 17 de fevereiro de 2008

A condução em Portugal


A forma como se conduz, ora aí está um assunto que dá que falar. Dá tanto que mais parece um touro com vários pares de cornos tais são os ângulos que podemos abordar o tema.
Uma coisa que os media, principalmente, gostam de dar ênfase é o excesso de velocidade praticado pelos condutores. Quando tal acontece creio que há uma clara confusão entre conceitos, ou seja, o que realmente se quer retratar é a irresponsabilidade ou a falta de percepção do perigo que leva as pessoas a circularem em velocidades excessivas. O corpo humano é um organismo projectado para andar a velocidades na ordem dos 15 km/h que é uma velocidade largamente ultrapassada cada vez que pegamos num carro.
Ora o que acontece é que a maioria dos condutores para além de ignorarem tal informação, cada vez que têm o volante na mão, sentem-se no topo da cadeia alimentar e agem como meros predadores a procura da próxima presa. Outra coisa é o facto das pessoas reproduzirem no modo como conduzem, o seu estado de espírito fazendo muitas vezes com que os outros condutores paguem por coisas que não têm culpa nenhuma.
Mesmo assim, e já tendo falado em vários comportamentos a evitar na condução, ainda não falei em dois que me fazem acrescida confusão.
O video seguinte mostra um deles.



Podemos assistir ao típico momento em que um “nabo” pensa que é um condutor de corrida e que têm um carro de corrida. Como se pode ver pelo o resultado da manobra, o “chico esperto” não tinha nada daquilo que acabei de dizer. Pensava que tinha tudo sob controle mas quando se arrependeu já era tarde demais.
Devo confessar que a primeira vez que vi este vídeo me fez um bocado de confusão, principalmente por causa do condutor da mota (bastava vir um segundo adiantado e tinha ficado com um carro em cima). Mas depois de rever já deu para rir um bocadinho porque o responsável pelo sucedido é que ficou com o “pópó” escavacado! “E se ele ficou mal?” perguntarão os mais sensíveis. Azar o dele! Em vez de encontrar aquela encosta no caminho devia era ter encontrado um precipício e ter batido com os cornos lá em baixo, até porque o anormal (que é para não lhe chamar filho da puta) vinha a armar-se para quem estava a filmar e para todas as outras pessoas que se ouvem a gritar depois.
Esta rapaziada do street racing e afins é tudo uma cambada de menininhos que pensam que lá por o carro conseguir atingir mais de 200 km/h são mais que os outros todos. Acelerar sabem eles bem, agora travar e calcular as manobras é o que se pode ver.
O mais bonito é ver pessoal a comprar carros desportivos para se armarem para as gajas e depois vê-los a andar aí a 80 e 90 km/h nas vias rápidas para não aumentarem o consumo de gasolina. Bem, isto é numa primeira fase porque depois a realidade é crua e dura, e o carro passa a servir para circular entre casa e a lavagem automática. Sim, porque o pessoal que tem estes carros não aguenta ver o carrinho com um grão de pó em cima (mesmo que o carrinho só sirva para enfeitar a porta de casa).
Pessoalmente gosto de carros desportivos mas não sou estúpido o suficiente para comprar um carro que consome 10L/100km ao preço que os combustíveis estão.

Enfim, acho que já foi dado tratamento suficiente aos street racers, pseudo-street racers ou àqueles que pensam que o são. Vamos agora falar do lado oposto da moeda. Com certeza, já se devem ter cruzado com aqueles “inteligentes” que são designados na gíria como condutores de fim-de-semana. Sim! Esses mesmos que, dentro das localidades, já querem respeitar uma proposta de alteração ao Código da Estrada (ou seja, não circular a mais de 30 km/h). O que mais me espanta é que já há desta “carneirada mole” nos quadros legislativos, ou não se lembram de casos de carros de ministros terem sido apanhados em transgressão em vias rápidas? Das duas uma: ou voltamos todos a andar de carroça ou então andamos a pé! Queimar gasolina para quê se andar de bicicleta é bem mais rápido?
Nas localidades é uma coisa, ou seja, a “carneirada” limita-se a ser irritante e a empatar a vida a quem tem mais que fazer, ou pura e simplesmente não quer passar o seu tempo na estrada, agora quando um destes indivíduos resolve ir para uma via rápida já é outra conversa. São um verdadeiro perigo para a segurança das pessoas que os rodeiam. Não acreditam? Eu explico! Ora se estes ases do volante circulam a 30 km/h numa localidade, numa auto-estrada não ultrapassarão os 60 km/h. Ou seja, é bem mais perigoso apanhar uma destas “mortes lentas” do que alguém que tem um Mercedes, um BMW ou um Audi e que vá a 160 km/h, senão façam as contas: a diferença entre 120 e 160 km/h é 40 km/h, enquanto que a diferença entre 120 e 60 são, precisamente 60 km/h.
O mais grave é que esta gente pensa que os outros condutores vão à mesma velocidade que eles e espelhos retrovisores é algo que não tem utilidade para estas alminhas.
Seria melhor construir uma estrada só para estes condutores. Para estes e para aqueles que falarei a seguir.



O conceito já foi explorado noutro post do blog (no meio é que está virtude). Mas com o video torna-se fácil tirar uma conclusão: vias-rápidas com mais de duas vias de rodagem são inúteis! É deveras interessante apreciar ao ponto a que certas pessoas chegam, quando estão a conduzir, de moda a que se esqueçam da via da direita e que existem mais pessoas a utilizar a estrada. Pessoalmente gosto de passar por estes “desligados” pela via da direita e constatar que nem assim trocam de via.
Fala-se tanto da combinação álcool/condução mas, na minha opinião, ignora-se a parte do icebergue que está debaixo de água. Basta olhar para estudos que indicam a quantidade de pessoas que tomam anti-depressivos em Portugal. É que já nem falo do pessoal que anda “metido no cavalo” mas sim de pessoas que são consideradas perfeitamente normais e, que no fundo, são tão ou mais pedrados que certos indivíduos que fumam umas “brocas” de vez em quando com um grupo de amigos!
Só há uma forma de descrever isto tudo: É UMA POUCA VERGONHA!
E também só há uma explicação para que a situação se mantenha: os legisladores também são uma cambada de drogados. Se a situação fosse corrigida este também não poderiam pegar no volante.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Fundo “Ajudem a sapateira”









Chegou o mês de Fevereiro e esta cambada de chulos, que não faz nenhum, já devia ter metido mais alguns posts no blog a falar dos nossos homólogos da vida social.
Talvez os chulos tenham arranjado finalmente alguma coisa para fazer em vez de serem uns parasitas da sociedade.. ou então andam com baixas percentagens de sapateira e lacrau no buxo.
Pois bem, aqui vai uma proposta aqui dos chulos para todos vocês que têm pais ricos e que vão ao cinema, compram carros que gastam 10 litros aos 100 km, compram roupas de marca enfim, que não sentem a crise no pelo: em primeira mão para o mundo e arredores os chulos disponibilizam as t-shirts oficiais do Diário dos Chulos. Camisola feita de algodão vinda da China e estampagem na loja ali da esquina tudo pela módica quantia de 500€. Agora já não há desculpa para não mostrarem a sociedade aquilo que realmente andam cá a fazer.
Porquê 99,9% chulo? Porque quer queiramos quer não irá haver sempre alguém a chular-nos também. A vida é mesmo assim!
Aceitam-se encomendas a partir de agora, visto que o tempo quente não tarda aí e os chulos lá terão de fazer uma visita à marisqueira mais próxima e fazer uma limpeza aos stocks.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Desporto = Futebol





No dia 7 de Outubro de 2007, Vanessa Fernandes voltou a triunfar ao vencer mais uma etapa da Taça do Mundo de triatlo, que decorreu em Rodes na Grécia. O que poderia parecer apenas mais uma vitória a juntar a ao rol impressionante que a Vanessa tem vindo a acumular, constituiu a 19ª vitória em etapas da Taça do Mundo. Assim, e com apenas 22 anos, conseguiu igualar o recorde da australiana Emma Snowsill (que é apenas o melhor máximo de sempre). Vanessa participou esta época em sete etapas e só não venceu uma, em Mooloolaba, onde venceu precisamente Snowsill, que corria em casa. Sagrou-se Campeã do Mundo de triatlo em Hamburgo, e lidera desde 2006 o ranking mundial da modalidade.
Agora pergunto eu: quantas provas desta atleta foram transmitidas durante o ano? Quantos portugueses tiveram oportunidade de assistir a estas vitórias? Quantos portugueses sabiam sequer, antes da prova de Rodes, que a Vanessa Fernandes estava à beira de igualar o maior recorde de sempre do triatlo? Arrisco-me a dizer que muito poucos, e tudo porque neste país só o futebol interessa e as notícias de topo resumem-se aos desentendimentos ocorridos entre os jogadores do Benfica, os insultos trocados pelos dirigentes desportivos, e claro, o estado do relvado do estádio Alvalade XXI que já deve ter sido mudado umas 100 vezes (com tanto estrume não há relvado que aguente, ou não estivéssemos nós a falar das casas de banho da 2ª circular)!!! E isto tanto acontece com a Vanessa Fernandes, como com tantos outros atletas portugueses. Em Portugal, desporto é igual a futebol e as restantes modalidades pouco interessam, e nem espaço têm para existir.
Não tenho nada contra o futebol, antes pelo contrário, mas não acho normal o interesse exagerado que se dá a este desporto. A maioria dos portugueses nem tem sequer oportunidade de gostar de outros desportos, uma vez que não lhes é dada a oportunidade de os conhecer e de os apreciar. Os jornais e os programas desportivos existentes em Portugal falam quase exclusivamente de futebol, dos resultados de todas as divisões e mais algumas, até dos campeonatos regionais e distritais, mas pouco mais retratam além da realidade futebolística. E o basquetebol? E o hóquei? E o rugby? …

A Selecção Nacional de Rugby, por exemplo, participou pela primeira vez em toda a sua história num CAMPEONATO DO MUNDO, mas NENHUM canal de televisão aberto transmitiu os seus jogos!!! Será que não eram mais importantes que os jogos amigáveis nos quais participam a Selecção de Futebol? Pelos vistos não, uma vez que estes sim são na maioria das vezes transmitidos num dos três canais de televisão. Está bem que o rugby não é um desporto popular em Portugal, e até é bem possível que a maioria dos portugueses nunca tenha visto um jogo desta modalidade (eu também não tinha visto nenhum, até assistir ao Portugal-Escócia num canal francês), mas era uma equipa PORTUGUESA que estava a participar num CAMPEONATO DO MUNDO!!! Será que não é uma prova suficientemente importante para os canais se dignarem a transmitir os jogos??
Todos sabíamos à partida que iria ser uma participação muito difícil, e que o mais provável era até nem conseguirem nenhuma vitória, até porque eram amadores contra profissionais e iriam jogar frente aos melhores do mundo. Mas mereciam que Portugal inteiro os visse, nem que fosse apenas pela garra que demonstraram e pela forma arrepiante como cantaram o nosso hino. Sacrificaram-se por amor ao desporto e para elevarem mais alto o nome de Portugal.
Não é como a maior parte dos jogadores de futebol que não consegue disfarçar que está ali por dinheiro, e que não joga pela selecção metade do que joga no clube que representa. Principalmente se estivermos a falar destas “novas estrelas” do futebol, que têm a mania que são os maiores só porque foram transferidos para grandes clubes europeus. Demonstram muito pouco amor pela camisola do seu país, limitando-se a mexer os lábios quando toca o hino nacional. Até parece que é um frete jogarem na selecção.




Os portugueses gostam muito quando os nossos atletas conquistam medalhas nos Jogos Olímpicos, que constitui uma das provas de topo do desporto mundial, mas pouco apoio se dá a esses atletas. Não falando de ajuda monetária e de condições de treino que devem ser asseguradas pelo Estado e pelas associações desportivas, penso que a melhor forma de os apoiar será reconhecer o seu esforço e as suas conquistas. Não deverá esse apoio partir em primeiro lugar dos meios de comunicação, através da divulgação e transmissão destas modalidades? Penso que sim, pois qualquer português se entusiasma e gosta de ver a vitória de um atleta que enverga as cores e a bandeira de Portugal.